Tsuru não é cegonha, nem garça… é grou!

Grou japonês

Consultando a respeito das lendas e mitos do Japão, encontrei um artigo muito interessante a respeito do famoso tsuru.

Tsuru (ou grou japonês) é uma ave que vive quase exclusivamente nas terras nipônicas e não se confunde com cegonha ou garça.

Possui plumagem predominantemente branca, com parte da cauda, pescoço e cabeça pretos, destacando-se por pela cor vermelha no topo da cabeça, o que o torna único entre todas as espécies.

Por ser uma ave monogâmica, que permanece com apenas um parceiro por toda a vida, é símbolo do amor conjugal e é comumente representado nas roupas de casamento, na decoração e também nos presentes e embrulhos.

Os japoneses também acreditam que tais aves teriam o poder de carregar, em suas asas, a alma das pessoas para os céus, e também por isso são muito admirados e cultuados pelo povo oriental.

Também simboliza paz, longevidade e sorte, pois, de acordo com a lenda, pode viver por mais de mil anos e aquele que dobrar mais de mil tsurus (senbazuru) terá direito à realização de um desejo pelos deuses.

O tsuru é um dos modelos mais conhecidos de origami (dobradura de papel), que ficou amplamente conhecido em função da triste história de Sadako Sasaki, uma menina de apenas 2 anos que, embora não tenha sido diretamente atingida pela bomba de Hiroshima, morreu tempos depois, em decorrência de leucemia causada pelos efeitos da radiação.

Após o diagnóstico da doença, ela e seus amigos, amparados na lenda de que quem dobrasse mil tsurus seria agraciado com um desejo, começaram a dobrá-los com todos os tipos de papel que encontravam pela frente, mas, infelizmente, aos, 12 anos de idade, ela faleceu antes de atingir esse objetivo, com cerca de 644 dobraduras completas.

Mesmo após a morte de Sadako, seus amigos terminaram a tarefa de dobrar os mil tsurus, que foram cremados junto com o corpo da menina.

Hoje há uma estátua de Sadako segurando um grou dourado no Museu Memorial da Paz na cidade de Hiroshima, em homenagem a ela e a todas as outras crianças que morreram em função dos efeitos da radiação da bomba atômica.

Essa história de sofrimento e solidariedade disseminou-se pelo mundo, assim como a técnica do origami.

Atualmente, o modelo do tsuru (que, a propósito, lê-se tsu-ru, e não ti-su-ru!) é o mais conhecido origami de todo o mundo, mas não o único.

É possível transformar um simples pedaço de papel em pessoas, animais, flores, construções e muito mais do que se pode imaginar.

Para conhecer mais sobre a arte de dobrar papéis, abra suas asas e sobrevoe a página do Yatta Artes!

Fontes: http://www.japaoemfoco.com/o-simbolismo-do-grou-no-japao/, http://en.wikipedia.org/wiki/Sadako_Sasaki e http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/2824-animais-em-regioes-geladas-do-japao

One thought on “Tsuru não é cegonha, nem garça… é grou!

  1. Nao sabia que o nome era Grou achava que era uma garca ou cegonha mesmo. O kimono de grou e lindo, tambem e legal que o casal sempre fiquem juntos. Abracos!

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *